Sunday, October 26, 2008

A frente ribeirinha do Tejo e as excepções à lei

Li o artigo de opinião de Miguel Sousa Tavares sobre a ocupação cada vez maior da zona ribeirinha de Lisboa por edifícios e contentores de várias instituições. Concordo com tudo o que escreveu, só não percebi porque se esqueceu da Fundação Champalimaud, que também conseguiu que fosse aprovado um enorme edifício junto ao Tejo. Ou há moralidade ou comem todos, como dizia o Vasco Santana. Um centro de investigação e um hospital de dia são muito importantes, mas será que o único sítio possível era junto ao Tejo? Seguramente que não. A lei tem de ser igual para todos e se o homem da roulote dos chachorros quentes não se pode instalar junto ao Tejo, por estar a ocupar uma zona nobre que é de todos, não pode vir outra instituição, só porque é poderosa fazê-lo alegando a utilidade pública. Os grandes investidores não podem pedir excepções à lei para si próprios e os políticos, enquanto representantes do povo, não devem transigir nas excepções à lei por "boas causas". Por essa lógica, um destes dias teríamos o Terreiro do Paço ocupado pela Microsoft, com o argumento de que o País precisa de centros de investigação de alta tecnologia e se a Microsoft faz questão de se instalar no Terreiro do Paço deveríamos cedê-lo, pela mesma lógica. Diz MST que António Costa é um "verbo de encher" por ceder a todos os grandes interesses, estranho é que só tenha percebido agora.

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