Thursday, October 30, 2008

Manuela versus Sócrates

Excelente entrevista de Manuela Ferreira Leite à SIC Notícias, muito melhor que Sócrates ao DN. Autenticidade e clarividência versus cinismo e propaganda. Destaque especial para as propostas de apoio às micro, pequenas e médias empresas de abolição do pagamento por conta, de alteração do pagamento do IVA para a data de recebimento e para a diminuição dos prazos de pagamento do Estado às empresas. Isto é política séria, é conhecer as empresas e a economia real. Ao invés, Sócrates propõe linhas de crédito para as empresas se endividarem ainda mais!

Sunday, October 26, 2008

A frente ribeirinha do Tejo e as excepções à lei

Li o artigo de opinião de Miguel Sousa Tavares sobre a ocupação cada vez maior da zona ribeirinha de Lisboa por edifícios e contentores de várias instituições. Concordo com tudo o que escreveu, só não percebi porque se esqueceu da Fundação Champalimaud, que também conseguiu que fosse aprovado um enorme edifício junto ao Tejo. Ou há moralidade ou comem todos, como dizia o Vasco Santana. Um centro de investigação e um hospital de dia são muito importantes, mas será que o único sítio possível era junto ao Tejo? Seguramente que não. A lei tem de ser igual para todos e se o homem da roulote dos chachorros quentes não se pode instalar junto ao Tejo, por estar a ocupar uma zona nobre que é de todos, não pode vir outra instituição, só porque é poderosa fazê-lo alegando a utilidade pública. Os grandes investidores não podem pedir excepções à lei para si próprios e os políticos, enquanto representantes do povo, não devem transigir nas excepções à lei por "boas causas". Por essa lógica, um destes dias teríamos o Terreiro do Paço ocupado pela Microsoft, com o argumento de que o País precisa de centros de investigação de alta tecnologia e se a Microsoft faz questão de se instalar no Terreiro do Paço deveríamos cedê-lo, pela mesma lógica. Diz MST que António Costa é um "verbo de encher" por ceder a todos os grandes interesses, estranho é que só tenha percebido agora.

Entrevista que não se viu

A entrevista a José Sócrates publicada no Diário de Notícias nos dias 25 e 26 de Outubro revelou-se, como já era de esperar, uma nulidade. O primeiro-ministro cometeu a proeza de não dizer nada de novo, tudo o que debitou foi requentado: já tinhamos ouvido várias vezes tudo o que repetiu na entrevista. O demérito principal, contudo, é dos jornalistas que cometeram também a proeza de passar ao lado de tudo o que era importante na política governativa: justiça, educação, ambiente, agricultura, nada disto é importante para estes jornalistas. Quando não se estuda os dossiês com o mínimo de profundidade e se quer fazer um frete ao entrevistado, dá nisto: um hino á incompetência. E são os senhores João Marcelino e Paulo Baldaia directores de órgãos de comunicação social nacionais... Ou, se calhar, é por pensarem pouco que ocupam os cargos que ocupam...