Friday, February 29, 2008

O poder triturador dos média com os políticos de regresso

Parece que o fenómeno é universal: quando um candidato prestigiado pelo exercício de funções públicas pretende regressar ao cargo e enfrenta um challenger, os média transformam o candidato em bombo da festa. Foi assim com Mário Soares, está a ser assim com Hillary Clinton. O candidato passa a ter todos os defeitos e todas as suas pequenas gaffes passam a ser exponenciadas e aproveitadas para o ridicularizar. Pelo contrário, as gaffes do adversário são desvalorizadas e tidas como naturais e desculpáveis. O trabalho meritório, as qualidades políticas e as garantias do candidato aferidas pelo seu passado político são irrelevantes para este jornalismo imaturo, que faz do fait divers e da pequena bravata, por vezes cobarde, um modo de se afirmar. No final, depois de terem colaborado na lapidação política do candidato, alimentando alguma inveja social, numa luta contra "os poderosos", dirão que tinham razão. Seguramente, quem perde é o País. No que me diz respeito, considero Barak Obama uma incógnita. Ninguém pode prever como será uma sua eventual presidência. É um óptimo tribuno, um "gajo porreiro" com quem o eleitor médio se identifica e gostaria de tomar uma cerveja. O problema é que esses foram os atributos que levaram Geoge W. Bush ao poder. Com as consequências que são conhecidas...